Ep 05 – Aqualtune – a princesa guerreira

Aqualtune - Heroínas do Brasil

Algumas mulheres pegaram em armas pra defender os seus direitos. Trazidas à força da África para o Brasil, não foram poucas as guerreiras que lutaram. Algumas se tornaram inesquecíveis como a lendária Aqualtune.

Bem-vinda! Bem-vindo ao Podcast Heroínas do Brasil. Falamos aqui sobre brasileiras incríveis que ajudaram a escrever a história do nosso país. Algumas narrativas são bem inusitadas. Como a de hoje. Vamos lá!

Imagine a situação: um dia você é uma princesa; no outro uma escrava. Mudança radical, não é mesmo? 

A heroína de hoje, a princesa Aqualtune, perdeu a coroa mas não a majestade. Ao lutar pela liberdade de seu povo no Quilombo de Palmares, deixou uma herança singular na memória afro-brasileira.

Vamos conhecer melhor essa história: No século 16, Aqualtune Ezgondidu Mahamud, filha do rei Nvita-a-Nkanga, era uma princesa respeitada no reino do Congo. 

No continente africano, eram frequentes as disputas entre as nações. O Congo guerreava com Angola pelo controle do território de Dembos, que separava as duas nações. 

Durante uma batalha, em 1665, Aqualtune, uma exímia guerreira, chegou a liderar dez mil congoleses – homens e mulheres -, contra os angolanos. Mas, a resistência foi incapaz de vencer os adversários, apoiados pelos portugueses. Aqualtune viu seu pai ser decapitado e, junto com outros compatriotas, foi vendida pra senhores de escravos brasileiros.

Aqualtune desembarcou de um navio negreiro em Recife (Pernambuco), em 1597. Forte e saudável, a princesa foi levada para a região de Porto Calvo, em Alagoas.

Nessa época, cerca de 40 negros tinham se refugiado na Serra da Barriga, para dar início àquele que seria o maior quilombo da América Latina: Palmares.

Ao saber disso, Aqualtune, no sexto mês de gestação, organizou uma fuga com outros escravos até o quilombo. Deu certo.  Graças à sua ascendência nobre, capacidade de organização e experiência como estrategista de guerra, ela passou a comandar o local. 

Palmares consolidou-se como um refúgio seguro, tornando-se um exemplo incômodo para a Coroa portuguesa.

Lá, a princesa-guerreira deu à luz a Ganga Zumba e Ganga Zona – dois importantes líderes guerreiros – e Sabina, que se tornaria mãe do grande Zumbi dos Palmares.

Não se sabe ao certo quando e como Aqualtune morreu.  A vida dela tornou-se quase uma lenda.

Que grande mulher! Que grande heroína!

SAIBA MAIS

*Em 2019, Aqualtune foi tema do samba-enredo da Escola de Samba Mancha-Verde, no carnaval paulista.

*Aqualtune também é lembrada na música Zumbi, de Jorge Ben Jor.

Ficha técnica:

    O Heroínas do Brasil é uma produção original Tumpats Podcasts.
  • Roteiro e apresentação: Lúcia Tulchinski
  • Identidade visual: Cris Pagnoncelli
  • Identidade sonora: Lucas Panisson
  • Edição e sound design: Gustavo Slomp 
  • Gerenciamento do projeto e comunicação: Kelly Gequelim

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