Ep 09 – Clara Camarão – a destemida guerreira

Clara Camarão Heroínas do Brasil

Você sabia que há alguns séculos atrás, as mulheres não podiam fazer as mesmas coisas que os homens? Lutar como um soldado, por exemplo, era proibido. Pois Clara Camarão desafiou as regras e ajudou a expulsar os invasores holandeses do Nordeste.

Bem-vinda! Bem-vindo ao Podcast Heroínas do Brasil! Eu sou Lúcia Tulchinski, jornalista, roteirista e escritora. Em parceria com a Tumpats, falo sobre a vida de brasileiras incríveis que muito fizeram pelo nosso país e merecem todo o nosso respeito e admiração.

Nascida entre os potiguaras, povo indígena que habitava o Rio Grande do Norte, no século 17, Maria Clara Filipa Camarão recebeu seu nome após ser catequizada pelos jesuítas. O sobrenome Camarão veio da união com o índio Poti, batizado de Antônio Felipe Camarão.

Clara preferia deixar de lado tarefas domésticas, como cozinhar, plantar e criar artefatos, pra fazer o que dominava com mestria: cavalgar, manejar o arco e flecha, usar o tacape e a lança. 

Como não podia lutar lado a lado do marido, por conta dos costumes tribais, ela liderava um pelotão de índias guerreiras. Juntas, eles lutavam contra os holandeses que invadiram o Nordeste em 1630.

O grupo de mulheres indígenas liderado por Clara foi responsável por um grande feito em 1646 quando os holandeses tentaram invadir a aldeia de Igapó, no povoado de Tejucupapo, em busca de comida. 

Os invasores escolheram uma data em que a maioria dos homens não estava lá. Ao chegarem, porém, tiveram uma surpresa e tanto: foram recebidos a bala pelos poucos homens que ficaram. Enquanto isso, as mulheres, escondidas em trincheiras, ferveram uma mistura de água com pimenta, cujo vapor, levado pelo vento, deixou os estrangeiros com os olhos ardendo e desnorteados. Então, as mulheres usaram seus arcos, tacapes, enxadas e lanças pra atacar os soldados. Os inimigos não resistiram. E, além das baixas, contabilizadas em 300 soldados, a moral deles foi por água abaixo. 

As “Heroínas de Tejucupapo”, ficaram tão famosas que foram chamadas pra ajudar na Batalha dos Guararapes, em 1648. E mandaram ver contra os holandeses que foram derrotados. Eles se renderiam definitivamente em 1654, no Recife.

A coragem, bravura e heroísmo de Clara Camarão também foram decisivos nas Batalhas de Porto Calvo e Guararapes.

Após a morte de Felipe, de malária, dizem que Clara voltou para o Rio Grande do Norte, onde viveu mais alguns anos antes de falecer. 

Viva Clara Camarão! Viva a liberdade!

Ficha técnica:

    O Heroínas do Brasil é uma produção original Tumpats Podcasts.
  • Roteiro e apresentação: Lúcia Tulchinski
  • Identidade visual: Cris Pagnoncelli
  • Identidade sonora: Lucas Panisson
  • Edição e sound design: Gustavo Slomp 
  • Gerenciamento do projeto e comunicação: Kelly Gequelim
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