Ep 07 – Bertha Lutz – a defensora do voto feminino

Bertha Lutz Heroínas do Brasil

A heroína do episódio de hoje, Bertha Lutz, foi uma das primeiras feministas do país. Ela dedicou sua vida à luta pela emancipação da mulher, especialmente o direito ao voto. Então, vamos conhecer a história dela desde o começo.

Olá! Bem-vinda! Bem-vindo ao Podcast Heroínas do Brasil. Eu sou Lúcia Tulchinski. Em parceria com a Tumpats, estou aqui pra relembrar a trajetória de brasileiras incríveis. O legado valioso que elas deixaram foi decisivo pra muitas conquistas que desfrutamos hoje. 

Bertha Maria Júlia Lutz nasceu em 1894 em São Paulo. Era filha do renomado médico Adolfo Lutz e da enfermeira inglesa Amy Fowler.

Bertha teve uma educação diferenciada: viveu com os pais na Europa. Lá, formou-se em Biologia, na Universidade de Sorbonne, na França. Mais tarde se graduaria também em Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ao acompanhar a mobilização a favor do voto feminino na Inglaterra, movimento chamado de sufragista, Bertha encontrou uma causa que falava ao seu coração. Sim, ela tinha certeza que as mulheres deveriam votar como os homens. 

Então, pra lutar pelo direito das brasileiras ao voto, quando voltou ao país ela fundou a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher em 1919. Mais tarde, apoiaria a criação da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. 

Num tempo em que as mulheres precisavam do consentimento dos maridos pra trabalhar fora, é … isso mesmo, Bertha Lutz sonhava com a igualdade entre os sexos. 

Por isso, sem pedir licença a ninguém, prestou concurso pra trabalhar no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Foi aprovada em primeiro lugar. Mas teve que recorrer à justiça pra assumir a vaga. Pode? 

Mas ela conseguiu e foi a segunda mulher a ingressar no serviço público brasileiro. 

Em 1922, na Assembléia-Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos, Bertha foi pessoalmente representar as brasileiras. 

No Brasil, a cientista ocupava com outras militantes as galerias do senado pra defender o voto feminino. “Votar não é privilégio. É uma obrigação de todos”, dizia ela. 

Apenas dez anos depois, em 1932, o voto feminino seria garantido por um decreto-lei assinado pelo então presidente Getúlio Vargas.

Ufa! As mulheres também podiam se candidatar a cargos políticos.

Bertha assumiu uma cadeira de deputada federal em 1936, como suplente. Foi a segunda deputada brasileira. E mandou ver: aproveitou pra propor alterações na legislação referente ao trabalho feminino e de menores. 

Numa época em que as mulheres recebiam salários 60 porcento menores do que os homens, ela propôs igualdade salarial, licença de três meses para gestantes e redução da jornada de trabalho.

Em 1945, a cientista foi a única mulher na delegação brasileira na Conferência de São Francisco. Neste evento foi redigida a Carta das Nações Unidas. Devemos a ela a sugestão de termos de igualdade de gênero no documento. Algo que não acontecia até então por conta do patriarcado vigente.

Bertha também foi pioneira como ambientalista. À frente do setor de Botânica do Museu Nacional, denunciou a destruição do patrimônio ambiental brasileiro, reuniu coleções botânicas, estudou a organização de mostruários de museus de história natural e deu continuidade às pesquisas do pai. 

Bertha Lutz não se casou nem teve filhos. 

Ela morreu aos 82 anos, no Rio de Janeiro, em 1976.

Na próxima eleição, na hora de votar, lembre-se de Bertha Lutz!

Ficha técnica:

    O Heroínas do Brasil é uma produção original Tumpats Podcasts.
  • Roteiro e apresentação: Lúcia Tulchinski
  • Identidade visual: Cris Pagnoncelli
  • Identidade sonora: Lucas Panisson
  • Edição e sound design: Gustavo Slomp 
  • Gerenciamento do projeto e comunicação: Kelly Gequelim

Inscreva-se

e receba em primeira mão os conteúdos exclusivos de cada episódio do Heroínas do Brasil.